Os índios estão mais para um sonho e uma civilização do que para um grupo étnico. Eles vivem da caça nas reservas em autossubsistência, eles são as testemunhas das civilizações passadas, as vezes esteticamente superiores e conservadas graças a tradição oral, são eles que falam com o vento e com a floresta, são eles que estão ameaçados.
A gigantesca bacia fluvial da Amazônia permitiu aos índios de possuírem uma cultura sensivelmente similar e de quase todos terem um mesmo estilo de vida. As diferenças são atribuídas as localizações geográficas e a vontade dos grupos étnicos de se diferenciar.
A vegetação exuberante da Amazônia leva a pensar que é só passear pela floresta para encontrar em abundância frutas, enseadas, pequenos animais para caçar e peixes. Na realidade, não é desse jeito. Foi preciso aos Índios uma grande capacidade de observação para tirar proveito do meio ambiente em que vivem. A riqueza de conhecimento botânicos que eles possuem é, com certeza uma vantagem imensurável, mas a verdade é que a luta pela vida é permanente. A procura por comida é a principal atividade. Os índios tiram a subsistência da cultura do solo, da colheita, da pesca e da caça. Todas as atividades são divididas entre os homens e as mulheres e o planejamento do tempo muda conforma a estação do ano.
Eles eram em média 6 milhões em 1500 e atualmente eles são menos de um milhão. Eles foram dizimados pelos que foram na busca do ouro e da borracha, pela gripe pela fome, pelas doenças venéreas, pela tuberculose, pelo paludismo que veio através dos insetos transportados nas bagagens, pelo sarampo, pela cegueira dos rios e pelo mercúrio jogado nos rios pelos garimpeiros.
A Funai que é organismo encarregado da proteção dos povos indígenas e que dispunha de meios irrisórios está mais do que nunca deixada ao abandono.
Eles foram descobertos em 1800 no oeste de Boa Vista, no estado de Roraima na fronteira com a Venezuela. Eles se diferenciam pelos três palitos finos que usam em volta da boca, pelas pinturas no rosto e o penteado com franja. Eles são seminômades. Eles vivem da caça, colheita e da mandioca.
Cada vez mais, os garimpeiros clandestinos invadem o território dos Yanomamis, que é muito rico em ouro.
Raros são os políticos que agem em defesa do povo Yanomami. Joênia Wapichana é a primeira mulher indígena eleita deputada federal no Brasil, ela está sediada na Câmara dos Deputados. Ela está sozinha diante do governo e da bancada ruralista que estão determinados a destruir os direitos indígenas e tirar a posse das terras indígenas.
Nos estados do Mato Grosso e do Pará, no coração da floresta amazônica fica o território dos índios Kayapos.
O povo Kayapo é uma das 17 nações que mora no Vale do Rio Xingu.
As mulheres e as crianças vivem separado dos homens: elas possuem histórias particulares, choros e cantos próprios e que são diferentes dos que os homens possuem.
O chefe da tribo coordena todas as atividades e transmite os conhecimentos aos jovens. O habitat é constituído de cabanas retangulares com troncos de madeira e folhas de palmeira, organizada num campo circular. O centro da aldeia é chamado de
Ngab e é muito importante: as mulheres se reúnem nele para organizar as atividades cotidianas, os homens falam de política e fazem o artesanato no local. As casas guardam unicamente as redes e as reservas de comida.
Os Kayapos são os mestres incontestáveis da arte com plumas. Através dessa arte eles expressam o lugar dos pássaros na representação do mundo.
É um grupo da mesma família étnica dos Arawaks, com forte influência dos vizinhos Karib. Eles tinham 13 467 membros em 1987, 5 730 na Guiana e 7 737 no Brasil.
Eles dividem as reservas com os Makuxi, esses últimos vivem no norte e no nordeste dos territórios dos Wapishana. No Brasil, eles vivem no estado de Roraima, e ficam ao longo dos rios Arraias, Surumu e Quitauau e na Guiana eles vivem na região do haut-Takutu/Alto- Takutu e do haut-Essequibo/Alto-Essequibo.
Eles vivem nas áreas de savana de terras firmes, em florestas tropicais secas e úmidas. O ambiente que eles vivem está fortemente prejudicado pela criação extensiva de gado, pela instalação de arame farpado e pela exploração de diamantes o que provoca tensões permanentes com os grandes proprietários de terras que exploram as riquezas da região dos Wapishanas.
A tribo dos Wai-Wai faz parte da população indígena da Guiana. Eles estão na região mais ao sul do país, conhecida pelo nome de Konashen. Os Wai-Wai são conhecidos por serem ótimos caçadores, tecelões, fazendeiros e pescadores. Eles caçam vários animais como os tatus, os veados, as antas, os tucanos…
O papel das mulheres é tecer os colares de grãos e as redes, mas também o de fabricar as raspas da mandioca e de fazer a cerâmica. Na cultura dos Wai-Wai, as mulheres têm um papel muito importante.
A popularidade dos homens depende da qualidade do trabalho feito pela esposa e da fertilidade dela. Geralmente os casamentos são entre primos de primeiro grau. Para os Wai-Wai, o yaskomo (médico, xaman) é capaz de praticar um ritual chamado « Viagem astral », que é fazer sair o corpo psíquico (a alma) do corpo físico.